sábado, 19 de maio de 2012

Polícia Civil na Capital fecha o cerco aos jogos de azar em São Luís

Setecentas e oitenta máquinas já foram apreendidas este ano na Região Metropolitana de São Luís; outras ações serão realizadas pela SPCC. Nos primeiros quatro meses e 19 dias deste ano, 780 máquinas caça-níqueis já foram apreendidas em São Luís em operações da Superintendência de Polícia Civil da Capital (SPCC). Bairros como João Paulo, Coroado e Cidade Operária estão entre as regiões com maior número de apreensões. Na sexta-feira, 18, 19 máquinas foram confiscadas pela polícia em São José de Ribamar. A apreensão foi feita após informações do Disque Denúncia. Os equipamentos foram encontrados no Bar do Ruy (bairro Barbosa), Cruzeiro Bar (Centro), Bar do Bidoca e Casa Ferreira (bairro Campina). Segundo o superintendente de Polícia Civil da Capital, Sebastião Uchôa, os proprietários dessas casas foram conduzidos à delegacia de São José de Ribamar, onde foi lavrado Termo Circunstancial de Ocorrências (TCO) contra eles, que será encaminhado para o juizado especial criminal. De acordo com informações do delegado Pauliran de Moura, titular da delegacia de São José de Ribamar, esta foi mais uma ação da Polícia Civil no sentido de desarticular pessoas envolvidas em jogos de azar. “Os trabalhos de investigação continuam com o intuito de acabar de vez com a prática desses jogos, já que são ilegais”, disse. Fechamento - Na semana passada, 51 máquinas foram confiscadas na Região Metropolitana de São Luís, que culminou no fechamento de casas de bingos clandestinas. Uma delas funcionava em um imóvel localizado na Rua Atlanta, número 103, no Araçagi. Três pessoas foram encaminhadas ao Plantão Central do Cohatrac, onde foram ouvidas, e logo depois foi lavrado TCO pela delegada de plantão. Uma casa no bairro São Bernardo também foi visitada, sob denúncia de funcionar como ponto de tráfico. No local, oito máquinas foram encontradas. Apesar das operações realizadas pela SPCC em repressão ao crime organizado, máquinas caças-níqueis ainda são encontradas em estabelecimentos comerciais de São Luís. A maioria está instalada em bares no centro da capital e em bairros adjacentes, como Liberdade, Fátima, Coroadinho e São Francisco. São pontos abertos a todo tipo de público, inclusive a menores, já que alguns funcionam próximo de escolas, feiras e conjuntos habitacionais. Em alguns estabelecimentos são montadas verdadeiras casas de jogatina. Os proprietários expõem os caça-níqueis sem nenhum receio, mas se intimidam quando são questionados sobre a ilegalidade da prática. “Não tem problema, não. É só uma diversão para o pessoal que vem beber aqui. E a gente proíbe que crianças joguem. Colocamos um aviso”, disse uma comerciante que evitou o assunto durante conversa com O Estado. O autônomo Magno Ferreira, morador do bairro São Francisco, tinha o costume de frequentar esses lugares com a perspectiva de lucrar com o equipamento. Mas em tantas tentativas, raras foram as vezes em que ganhou algum prêmio. “Jogava o que tinha no bolso. R$ 10, 20, 30. Chegava a gastar mais de R$ 50,00 por semana. Quando ganhava alguma coisa, não resistia: tentava a sorte novamente e perdia tudo”, contou. Programa - Segundo o superintendente, as máquinas são programadas para que as pessoas percam o dinheiro. A calibragem dos equipamentos é feita de acordo com a área onde serão instalados. Elas chegam principalmente de eixos como Pará, Ceará e Pernambuco, com braço no Rio de Janeiro. “O caça-níquel é formado pela placa-mãe e HD, que são o cérebro da máquina, e pelo noteiro [caixa de guardar notas], que faz a seleção das notas a partir desta calibragem. Nas áreas nobres da cidade, onde eles sabem que as pessoas têm mais renda, calibram o jogo para mais alto. No subúrbio, onde a arrecadação é menor, a calibragem é feita em nível mais baixo”, explica Uchôa. Ainda de acordo com o superintendente, as máquinas caça-níqueis custam uma fortuna. Segundo ele, existem empresas especializadas para a produção de cada parte do equipamento. “As empresas são diluídas. Algumas fazem a parte de marcenaria, outras confeccionam os noteiros e existem as mais específicas que programam as placas-mães, que são mais diluídas porque precisam de muitos técnicos”, detalhou o superintendente da SPCC. “Nas áreas mais nobres da cidade, os contraventores montam os bingos usando como fachada residências. Mas na verdade são pontos de jogos de azar disfarçados para ludibriar o poder público. Felizmente, as informações estão chegando demasiadamente para nós, tanto pelo Disque Denúncia [100] ou mesmo por mensagens no meu celular”, informou o policial. Mais de 200 denúncias foram feitas nas últimas semanas. Segundo Uchôa, por causa desse volume de informações, a Polícia Civil irá atuar em outras áreas da Região Metropolitana de São Luís. O superintendente citou a corrupção policial em alguns casos e que medidas estão sendo tomadas para corrigir a situação. “Não temos alisado. À medida que identificamos essas pessoas, estamos fazendo correções internas, mandando-as para a nossa corregedoria. Se encontramos policias militares envolvidos, comunicamos o comando da PM para tomar providências”, afirmou. Mais Por se tratar de Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), os contraventores geralmente sofrem medidas judiciais que são convertidas em penas alternativas. Mas a SPCC estuda uma forma de modificar essa classificação penal, seguindo os modelos aplicados no Sul e Sudeste do país de autuação em flagrante por formação de quadrilha, por contrabando e outros crimes associados a crime de jogo de azar. “A intenção é ver se seguramos não só no bolso, quebrando, mas também na liberdade do direito de ir e vir. Agora, estamos amadurecendo com o Judiciário e com o Ministério Público”, explicou Uchôa. Número 780 máquinas caças-níqueis, aproximadamente, já foram apreendidas em São Luís em operações da Superintendência de Polícia Civil da Capital (SPCC). Obs: Matéria extraída do Jornal O Estado do Maranhão, 20/05/2012

Ação diferenciada da PC na Capital no trato às questões das denominadas Cracolândias

RELATÓRIO » Relatório sobre ação de assistência a dependentes de crack é entregue à Superintendência de Polícia Civil da Capital 19/05/2012 10:00 Integrantes do CAPSad entregam ao delegado Sebastião Uchôa o Relatório sobre a Cracolândia Membros da equipe do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (CAPSad), mantido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), entregaram, na quinta-feira (17), em reunião realizada na sede da Superintendência de Polícia Civil da Capital, o relatório sobre a situação dos usuários de drogas atendidos pela instituição. Os dados são relativos à última ação realizada na Avenida Projetada, no João Paulo, local que ficou conhecido como cracôlandia por conta da presença de dependentes de crack na área. Participaram da reunião o superintendente de Polícia Civil da Capital, delegado Sebastião Uchôa, e o coordenador da ação, delegado Jovelino Furtado; o diretor do CAPSad, Marcelo Costa, e integrantes de sua equipe, além de uma representante da Secretaria Municipal de assistência Social e do Hospital Estadual Nina Rodrigues. A ação no João Paulo foi realizada dia 26 de abril e teve como objetivo possibilitar aos usuários de drogas presentes no local a possibilidade de tratamento, disponibilizando atendimento psicológico, psiquiátrico e terapêutico a dependentes de crack e outras drogas na rede estadual de saúde. Foi a terceira ação na área, sendo que as duas anteriores ocorreram em junho e outubro do ano passado. Das 29 pessoas encaminhadas à sede do CAPSad, sete eram moradores de rua com vínculos familiares rompidos e sem endereço; três foram diagnosticados com sintomas psicóticos; cinco foram encaminhados ao Hospital Nina Rodrigues para desintoxicação e tratamento de doenças mentais; dois foram encaminhados para as clínicas La Ravardière e São Francisco, ambas conveniadas com o Sistema Único de Saúde (SUS); três iniciaram tratamento no CAPSad; e duas, por serem menores de idade, foram encaminhadas aos familiares e tiveram seus casos notificados ao Ministério Público. O restante dos pacientes foram orientados a retornar ao tratamento no dia seguinte à ação e a equipe do CAPSad tem organizado visitas domiciliares a estes dependentes químicos. "Cada um destes pacientes tiveram sua situação avaliada pela equipe do CAPSad e os que representavam um risco para si mesmos ou para os outros, com capacidade de discernimento comprometida, foram encaminhados para internações", explicou o psiquiatra Agnaldo Fertunes, do CAPSad. Marcelo Costa explicou que o tratamento ministrado é realizado por uma equipe multiprofissional. "Foi importante termos levado os usuários para o ambiente do CAPS pois eles puderam ver, de perto, que há um lugar para o tratamento que abrange muitas etapas, que é possível de ser feito", destacou. "Além disto, contamos com um suporte do Hospital Nina Rodrigues, que destina leitos para usuários que em processo psicótico ou em fase de abstinência", completou. O superintendente Sebastião Uchôa explicou a intenção destas ações. "Hoje a Polícia atua em duas frentes. Uma é a repressão ao tráfico e a outra são estas incursões no sentido de possibilitar o tratamento aos usuários e assim reter este mercado consumidor", disse. O delegado Jovelino Furtado disse que as ações de incursão nestes espaços vão continuar. "Locais como o lixão do São Cristóvão, a chamada cracolândia do Maiobão, áreas do Centro e Itaqui Bacanga, entre outros espaços, também serão alvos destas ações conjuntas", anunciou. As datas destas futuras ações não foram anunciadas. Obs: Matéria extraída do jornal O Imparcial de 19/05/2012