sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A Força do amor...

Sebastiao Uchoa*

Minha querida, minha saudade...
O que fizeste comigo?
Nem eu sei...
Só sei que a cada segundo longe de ti
Uma eternidade de tempo se estabelece
E que digam os dias de sábado, domingo e feriados longos,
Pois, longuíssimo fica o tempo
Que não dá trégua para passá-lo rápido...
E as dores pelas saudades,
Faz aflorar angústia e ansiedade por outros dias em pensamentos...
Te juro minha doce amada,
Se achavas que só vc estava "doente" por mim,
Enganou-se,
A doença da saudade e dos desejos,
Tornou-se recíproca...
Mas não nego,
E não podemos negar
A causa de tudo,
Foi a força do teu amor
Que não mediu esforços para
Se tornar vencedor na batalha das paixões
Que tanto lhes "incomodaram" no início,
E hoje, nada mais é senão verdades mútuas
No cenário de nossas vidas...
Sem sabermos onde vamos parar!

sábado, 21 de novembro de 2009

O verdadeiro dote de amar...

Por Sebastiao Uchoa *

Fiz esta poesia para o meu amor verdadeiro
Tentei falar com ele a manhã inteira e não consegui
Será ele verdadeiro?
Acostumaram-me recebendo mensagens e ligações...
Hoje recebi indagações...
Pobre dele se me perder,
Levo comigo seu coração,
E se outro amor encontrar,
O mesmo valor não terá
Já que amor verdadeiro não haverá
Pois não terá a "casa" para se hospedar,
E se expressará apenas em paixão,
Porque o verdadeiro amor do coração,
Muito longe ficará
E a saudade maior,
Bem cedo revelará,
Que o amor verdadeiro,
Só existe,
Se verdadeiramente tiver o dote de amar....

domingo, 15 de novembro de 2009

Quem é você...

Por Sebastiao Uchoa*

Quem é você?
Que chegou sem anunciar
Que lutou para rejeitar
Que perdeu ao tentar se negar
Que estourou por falar
Que a fortaleza do resistir
Não a permitiu segurar
O que o coração, a sensibilidade e o envolvimento,
Não puderam nem conseguiram sustentar
O que de mais forte pôde se deflagrar:
O amor mesmo sem a esperança inicial,
Conseguiu mergulhar
Na profunda arte de amar
Mesmo fazendo trilhas sem esperar...
Até um dia tudo acontecer por mesmo sem esperançar
Conseguir ser amada da mesma forma
Do tentar infrutiferamente negar
A verdadeira arte de amar
E ao sair para gritar,
vociferou seu amar
Aprendendo não ter medo de desejar
Mesmo que a vida mostre os empecilhos do caminhar
Onde a felicidade maior pôde ou poderá estar!!!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Prisões, infelizes e tristemente necessárias...


Por Sebastiao Uchoa*

Estivemos recentemente (sexta-feira, 13/11/2009) realizando diligências na comunidade da Vila Itamar III (circunscrição do 11º DP-São Cristóvão, São Luis/Maranhão), onde um cidadão, de cor negra, morando num casebre de extrema condição subumana (foto acima), tinha lá dentro um aparelho de tv de 14”, um dvd, um ventilador de marca mundial, um mp-4, umas peças de roupas e se demonstrava feliz, pois tem um trabalho que lhe rende nada mais que menos de um salário mínimo mensal e algumas “ajudas” do seu patrão, já que o mencionado homem, tem quatro filhos, mas todos vivendo com sua ex-companheira. E ele só, mas se preparando para um novo casamento, pois a “nova” casa tinha há pouco mais de meses adquirido.
Tão logo a Policia Militar apresentou um primeiro suspeito no Distrito Policial, isto por volta das 08:00 dessa sexta-feira, mas sem provas materiais e confissão do conduzido perante os diligentes e heróis policiais militares (trabalham numa escala de 12/36 e 24/48 em linha de rotatividade), apenas confiando nas palavras da supracitada vítima, resolvemos interrogar o conduzido, de maneira que com apenas 20 minutos, o mesmo resolveu “abrir o jogo” e delatar os parceiros que fizeram a empreitada criminosa, apontando os dois apenas pelas alcunhas, desde que o “livrasse do flagrante”.
De posse da mencionada informação, ainda com os policiais militares presentes, fomos aos locais onde os demais infratores residem, levando conosco o conduzido acima que, além de manter a imputação da responsabilidade do crime acontecido às pessoas dos dois parceiros, ainda nos fazendo algumas revelações que direta ou indiretamente terminaram nos ajudando no “quebra-cabeça” a fim de termos, além de provas materiais em busca, formássemos convicções que pudéssemos proceder a autuação de todos os suspeitos, pois na modalidade contemporânea de se fazer investigação, nem sempre é interessante fuçar confissões, mas coletar provas que confirmem ou neguem autoria, trata-se da maneira mais coerente e condizente com o Estado de Direito. Que pesem em contrários os raciocínios oportunistas ou pragmáticos de plantão.
Logo após conseguimos ainda prender os dois que estavam em suas respectivas residências dormindo, inclusive na casa de um deles, o pai, homem humilde, com ares de trabalhador, imediatamente nos disse que o filho procurado por nós, estava no quarto dormindo e havia chegado das “noitadas” (consumindo drogas e/ou participando de outras modalidades delitivas na região), há mais ou menos uma hora e pouco daquela abordagem policial, ou seja, às 06:50, bem como que ultimamente vinha “andando com más companhias, declinando os nomes dos dois demais detidos”, por tabela.
Na trajetória das investigações, tivemos que voltar aos locais do crime e residências dos suspeitos a fim de coletarmos materialidade delitiva (porque ainda não tínhamos), e os mesmos insistiam acusarem entre si, mas não apontavam onde haviam deixado ou desfeito as res furtivas da vítima, assim como para termos uma noção completa de todo o acontecido, logo liberdades humanas estavam sob perigo do “Leviatã” incorporado nas ações dos agentes estatais, naquela ocasião investido sobre nós por força da função pública. E, portanto, responsabilidades legais, morais, éticas e religiosas em decorrência, não poderiam ser prescindidas.
De cara, deparamos com casebres para todos os lados, já que a Vila Itamar, praticamente, constitui de invasões, onde, aqui acolá encontramos casas de alvenaria ou com algumas melhorias, mas grande parte dos denominados pontos de rebarbas das periferias, são de taipa ou de barro sob estacas recobertas de barros improvisados.
O mais intrigante também do cenário fora a casa da vítima que, arrombada na altura do quarto mediante retirada do barro que se fixa à parede (ver na foto), e edificada numa encosta que por baixo passa um córrego, lá se encontravam seus valiosos pertences que a muito custo, estava conseguindo montar sua residência para citado novo casório...
Ao partirmos novamente para a casa de um dos detidos, ali também adentrando, a dor no coração de quem prima por sensibilidade extremada, é de tamanha incomodação, ou seja, outro casebre que por dentro, via-se mobílias montadas ou improvisadas e no quarto onde dormia um dos autuados, lá estava a tv furtada da vítima acima. Alegria para nós pelo desenrolar das investigações, e muito mais para a vítima que, além de recuperar sua peça de grande valor, via-se diante de um sorriso pela persistência de a “Poliça prender os criminosos e recuperar meus lutados bagulhos”, falando isso a toda equipe de policiais que estavam na diligência, ainda dentro da viatura policial quando no retorno à última que fechava a linha de raciocínio acerca de que os dois últimos suspeitos detidos estavam mentindo por defesa natural e por escolaridade no ambiente policial, já que registros de suas passagens naquele DP não faltavam.
O flagrante formalmente poderia ser iniciado, claro, entre a condução do primeiro suspeito, prisão dos demais e apreensão da tv recuperada, tivemos praticamente que nos dispor de mais de cinco horas de investigações e diligências até o fecho formal da ocorrência, isto sem olvidar da rotina agendada, pois tínhamos algumas audiências correlatas a crimes de menor potencial ofensivo para serem conduzidas ao estilo de “A outra face conciliadora da autoridade policial”, vide postagem antiga hospedada neste mesmo blog e/ou no site da Associação dos Delegados de Policia Civil do Maranhão, ADEPOL/MA.
Nas ouvidas dos conduzidos, vieram a tona não só o crime do furto qualificado cometidos, mas também risadas porque só agora que a “Policia tinha conseguido butar as mãos em nós”, uma vez que um rosário de delitos tinham cometidos na área, confirmando, desta feita o terror que se imprimia à população pobre, sofrida e marginalidade da periferia localizada nesta capital, mas honesta e com o orgulho da honestidade reprimida no mundo da ignorância real pela cegueira de uma fé em que um dia melhorarão de vida, e para tanto, um conformismo exagerado, mesmo que a dor pela fome, miséria, falta de habitação digna, urbanização etc, lhes façam presentes.
Na arena do crime versus pobreza e demais teorias macrossociológicas da criminalidade, vemos claramente o quanto as denominadas “zonas concêntricas” nos bolsões da miséria, muito se fazem presentes nessas regiões, onde, cidadãos de bem, confundi-se com os que se “rebelam”, e se fazem vítimas entre si, dentro de um mesmo processo de conseqüência de contunda revelação da desigualdade social que muito impera nesse país afora, mas que, prisões, infelizmente ainda são necessárias, pois o pouco para a pobreza construída ante a labuta pela sobrevivência, constitui o muito de poucos que, também cegos na jornada consumista da vida, quase nada consegue enxergar acerca dessa façanha “criminosa” que tanto importuniza a pobreza periférica das inúmeras capitais do Brasil.
E a bola de neve continuará aumentando até que ecloda em proporções insustentáveis e possamos refletir que a questão não se resolverá apenas e de forma determinante com a simples aplicação do direito criminal, mas na aplicação de outros direitos que antecedem o penal, embora mais fácil e cômodo negar essa assertiva para os críticos conservadores dessa linha de pensamento.

*Delegado de Policia, Adjunto do 11º DP – São Cristóvão, São Luis/Maranhão
Obs: Publicado no Fórum Brasileiro de Segurança Pública com 55 votos e um comentário hospedado ali hospedado.