domingo, 26 de julho de 2009

Mais importante do que não cansar é não ser hipócrita!!

Mais importante do que não cansar é não ser hipócrita!!!

Por *Helysson Assunção França

Mais importante do que cansar é não ser hipócrita. O que se observa é que, quem critica apenas critica e nada mais, e o mesmo que critica, muitas vezes age da mesma forma ou ate pior! QUAL SERÁ A ORIGEM DA MALANDRAGEM NO BRASIL??

Costuma-se apontar a corrupção como uma das maiores mazelas da sociedade brasileira. Geralmente, quando questionada acerca desse assunto, a opinião pública tem como alvo favorito de criticas a classe política. É curioso, no entanto, que boa parte dessas pessoas que avaliam negativamente seus representantes costumam recorrer, cotidianamente, a pequenos artifícios que bulam o costume ético e, muitas vezes, até a lei. Estamos nos referindo ao nosso jeitinho brasileiro, à malandragem e ao jogo de cintura, que já incorporados a nossa cultura, convivem lado a lado com os valores éticos-morais mais tradicionais. A ética do jeitinho e da malandragem coexiste, paralelamente, com a ética oficial. O cidadão (Hipócrita) que cobra dos políticos o cumprimento dos preceitos da ética tradicional é o mesmo que usa o expediente do jeitinho e da malandragem.

Claro que a desonestidade não é uma exclusividade nacional. Mas, indaga-se: Como surgiu o inicio desses comportamentos desonestos, o que fez o jeitinho Brasileiro se perpetrar ate os dias de hoje? Será que não há uma certa glorificação da malandragem? De que forma isso contribui para a degeneração de nossa cultura?

Analisando pelo prisma sociológico, podemos arriscar uma hipótese genealógica para essas "atitudes desviantes": produto de uma combinação entre a árdua condição social e o histórico desamparo do poder público, o jeitinho e a malandragem constituiriam um instrumento de sobrevivência. Assim, essas transgressões seriam uma espécie de infração aceitável socialmente que, na maioria das vezes, justificar-se-ia, ou por uma facilidade em relação aos tramites burocráticos das instituições oficiais, ou por uma necessidade resultante da dura realidade socioeconômica brasileira. Em ambos os casos, essas violações ético-legais seriam uma espécie de “drible” nas adversidades da vida num país, historicamente, repleto de desigualdades.

Tomando o raciocínio acima como premissa, podemos dizer que, no Brasil, burlar as regras morais e legais foi algo que impôs como forma de adaptação ao ambiente hostil. O brasileiro muitas vezes precisa ser malandro para sobreviver numa sociedade cruel e de enorme abandono do poder público. A origem e fundamento mais remoto da malandragem foi a conservação da vida: a vida se impôs perante as leis e os costumes éticos formalizados, fazendo as circunstancias efetivas se sobreporem à moral vigente.

*É advogado miltante e estudante de filosofia da UFMA.

2 comentários:

  1. Prezado Helysson França,

    Acho que não o conheço pessoalmente, mas em idéias e frustrações...acredito que nos asemelhamos bastante.
    Veja bem, gostaria que vc me autorizasse a colocar "Cansei" em meu blog www.delegadopcmasebastiaouchoa.blogspot.com, assim como parabenizá-lo pela "viagem" sucinta, mas bem precisa,numas das raízes precípuas do problema existencial brasileiro nesses últimos tempos.
    Gostaria que o nobre desse uma olhada, tb, no livro do Roberto da Mata "Malandro e Malandrinhos", salvo engano é esse título,onde o li há mais de catorze anos...acredito que gostarás.
    Abraços,

    Sebastiao Uchoa

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  2. Prezado Delegado Uchoa,

    gostaria de parabeniza-lo pelo excelente trabalho externado neste blog.

    Tenho a pretensão de ser Delegado de Polícia no Estado do Maranhão.

    Espero que num futuro não muito distante possamos nos encontrar na academia.

    Um grande abraço.

    José Carrazzoni.

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