sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Eleições da ADEPOL/MA


Parte da batalha foi vencida, mas a caminhada deve continuar...

Por Sebastiao Uchoa*

Na história da humanidade não podemos olvidar a questão crucial de que todos os avanços no campo das conquistas sociais foram em decorrência das inúmeras lutas de classe travadas.

Ora assumimos papéis de perdedores ora de vencedores onde numa arena de objetivos antagônicos, onde interesses estiveram ou terão sendo finalizados em disputas quase incomensuráveis, já que as resistências por vaidade, preconceito, auto-afirmação e prepotência e até mesmo medo, no início do denominado período de turbulência de uma crise sindical, sempre vêm à tona posturas até mesmo desagradáveis para ambas as partes nos pólos conflitantes. Mas que ao final, todos devem se aperceber que tudo não se passou ou se passa por um mero momento em que atores são incorporados aos seres humanos em conflitos e confrontos, cujos papéis a desempenharem são de tamanha importância para com a evolução dos acontecimentos sobre contendas estabelecidas.

Os fatos acima não são, não foram e nem serão diferente com a entidade de classe dos delegados de polícia civil do Maranhão, ADEPOL/MA, nesses últimos três anos de acompanhamento de sua gestão.

O mais interessante são as interpretações que alguns públicos interno e externo (associados ou não à entidade) tentam fazer diante dos quadros estabelecidos, situação em que vemos claramente o quanto às vezes equivocadas conclusões tornam-se às claras, sobretudo quando se confundem os atos de alguns membros da entidade participarem para fortalecer o movimento, como a própria participação sendo vista meramente promissora a disputas futuras dentro da própria entidade de classe ou coisas afins. Grande equívoco e visão deturpada ou mesquinha de uma verdadeira organização que se diga de classe. O que se urge estripar do meio de qualquer organização sindical, sob pena de o coletivo ficar extremamente prejudicado noutros por vires.

Ora, presidência de uma entidade de classe somente se legitima se houver uma maciça participação dos associados, mesmo que na organização efetiva dos movimentos paredistas, apenas efetivamente poucos participem diretamente da coordenação, já que, muitos, tecnicamente participando, além de criar disparidades em procedimentos, terminam prejudicando o interesse legítimo em disputa, face a unidade de convicções pela meta traçada ser a grande reveladora ante os resultados obtidos. Isso, claramente, mesmo diante de que os resultados idealmente desejados, não tenham sido os sonhados. Mas tudo isso faz parte do processo reivindicatório de classe em qualquer parte do mundo das relações humanas entre si. É a própria história da luta de classe em si mesma se manifestando.

É preciso recordar cada detalhe das trajetórias efetuadas pela entidade de classe supracitada ante as situações das crises instaladas e, portanto, vivenciadas, momento em que ficaram prementes que não se pode em momento algum subestimar ou prescindir de cada ação desenvolvida até o desfecho final. Pois, não existem ações isoladas certas ou erradas nos caminhos realizados, mas verdadeiramente interdependência entre elas, e responsabilidade de todos, sem exceção, pelos atos praticados. Furtar-se a essa leitura contextual, é possível concluir que se trata de uma atitude omissiva e deveras desnecessária. Basta uma simples rememorização para se asseverar essa assertiva ou simplesmente refolhear as páginas dos jornais, ouvir as entrevistas, ler as publicações das deliberações coletivas realizadas etc, para bem se chegar a conclusão maior de que todos os acontecidos nos movimentos paredistas acima mencionados, não foram de prescindibilidade, mas de concatenações profundas que, sem o desdobramento entre os nexos estabelecidos e os resultados pretendidos, nada poderia melhor assim confirmar.

Assim, assistiu-se e se vivenciou os fatos acima nesses últimos três anos na atual gestão da Diretoria Executiva da Associação dos Delegados de Policia Civil do Maranhão – ADEPOL/MA (embora alguns questionamentos pendentes, pois perfeitos seus membros não são, tampouco poderiam ser), ocasião em que, com muita garra, organização, planejamento, responsabilidade, distinção e coragem de alguns, ainda que com limitações de outros e até mesmo possíveis conceitos de perdas para outrem, ficou-se evidenciado que tudo é possível quando todos, unidamente e respeitadas as diferenças individuais de cada um dos associados ou sindicalizados, entendam que são responsáveis pelos resultados finais do que aconteceu ou venha a acontecer, já que parte da batalha foi vencida, mas a caminhada, destemida, ética e moralmente, que é possível vislumbrar, deve continuar, sobretudo quando pendências cruciais ainda estão a serem conquistadas e reconquistadas (verdadeira autonomia da Polícia Civil, devolução da isonomia com os procuradores do estado, URV, Fepa e Dedicação exclusiva e outras conquistas), desde que continuem os associados unidos e dispostos a caminhar, sem medo ou receio de lutar pela dignidade da classe que aqui acolá tentam ainda, direta ou indiretamente, macular.

Para se confirmar as disposições acima, é só acompanhar a situação por que se encontra a Polícia Civil do Maranhão nesses últimos tempos, ou seja: sem autonomias técnica, funcional, administrativa, financeira, desmotivada, sem perspectivas e, muitas vezes, operacional e extremamente sucateada - onde tudo repercute minuciosamente em cada um dos seus servidores e em cima daqueles que deveriam constitucionalmente administrá-la: delegados de policia de carreira, isto é, que realmente se faça pertencer a seus quadros.

Estamos assistindo de perto mais uma forma de se afundar profundamente a Policia Civil do Maranhão tanto interna como externamente, ante a repercussão negativa que se acumulará pelas inúmeras proféticas fugas de presos que inegavelmente acontecerão face as fragilidades existentes nos já arcaicos cárceres existentes nas Delegacias de Policia localizadas na Capital, associado a tamanha ausência de efetivo para, se quer, realizarem intimações de costumes, assim como verdadeiramente se dedicarem a trabalhos investigativos de rua. Que digam os vários homicídios acontecidos sem investigações salutares em virtude da completa ausência das condições básica de trabalho (baixíssimo efetivo, ausência de veículo descaracterizado, verbas para custeio básico de operações, desmotivação funcional etc).

Mas a classe coesa (não em palavras bonitas ou jargões panfletários a serviço de forças ocultas que já sabemos não são mais ocultas, mas que muito nos deixaram em situação de abandono ante as últimas lutas de classe travada), quem sabe, rumo ao fortalecimento da instituição com vista a efetiva melhoria da prestação dos serviços de Policia Judiciária à sociedade em geral, tão pouco será vencida ante a jornada árdua por que ainda se tenha a trilhar. É só não esperar para assim ver e sentir que resultados melhores poderemos alcançar. E para tanto, que façamos assim, cada um a sua parte e não tenhamos medo de reagir...

* Delegado de Policia Civil, Associado profundamente participativo e membro independente em posicionamento da atual Diretoria Executiva da ADEPOL/Maranhão, Adjunto do 11º DP - São Cristóvão, pretenso candidato à Presidência da entidade caso o rumo das coisas não forem para outros “nortes”...

5 comentários:

  1. GUERREIRO UCHOA, O MOVIMENTO FOI FORTE, PORQUE TEMOS SANGUE NAS VEIAS , POIS NÓS DELEGADOS PERDEMOS O "MEDO", POIS SOMOS OS APLICADORES DA LEI, COMO NO ESTADO DEMOCRATICO DE DIREITO, O LEGISLADOR ESTÁ SOB O EMPERIO DA LEI, PORTANTO , A LEI DEVENOS NOS CURVAR. LUTAR, LUTAR , LUTAR PELAS NOSSAS PRERROGATIVA.......vc terá mais um guerreiro na luta contra a usurpação de nossas funções, e autonomia funcional . Delegado de Policia Civil MA.

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  2. Como Vinicius de Morais relatava em sua primeira fase escrita os possíveis caminhos a se tomar como naquele "O caminho para a distancia".
    E ainda inspira-me a pensar na juventude do tal poeta que viveu sua adolescência em uma escola religiosa onde aprendeu a relatar Deus como seu principal criador, e foi trilhando esses caminhos, que ele se tornou o principal poeta da segunda fase modernista ao lado da grande Cecilia Meireles.
    Que o espírito do verdadeiro poeta se faça manifesto dentro da sua alma mente e corpo.
    Beijos Jorgilene "Leninha" sua apreciadora

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  3. oi Sebastiao UCHOA, gostaria de saber se e verdade que haverá concurso para agente da policia civil,me falaram que e preciso ensino superior.esse e o meu maior sonho poder server a policia civil.abraços desde já agradeço.

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  4. "E amanehecia o sábado...", estava pensando a esmo, quando resolvi saber se alguma nova brisa estaria soprando a favor da altaneira classe dos delegados. Busquei o linque da ADEPOL e ví que tudo estava como antes no quartel de Abrantes! De repente, visualizei o blog do Dr. Uchoua e, para surpresa minha, vi a alma jovem do meu coração derramada no estribilho do Hino da Polícia Civil e, por oportuno, quero agradecer-lhe por essa generosa lembrança que muito me alegrou.
    Li e muito meditei sobre sua exposição a respeito da luta da classe. Também vi caídos no campo de batalha os covardes, os hipócritas, os oportunistas... e os pelegos trepados nos altos cargos. Nada disso me causa admiração, pois, como dizia o seu conterrâneo Vitorino Freire: "Quando vires um jaboti trepado numa árvore, não pergunte como ele subiu: Foi enchente ou mão de gente." Mas, lamentavelmente, Vitorino cochilou, bobeou e dançou, porque a cria devorou o criador (Vitorino).
    Sinceramente, prezado colega, não entendi a colocação sobre a DEVOLUÇÃO DE NOSSA ISONOMIA com a respeitável classe dos Procuradores! E continuo achando que não é uma pretensão do Governo do Maranhão que vai derrubar um ato julgado pelo STF. Acho sim, com todo respeito, que temos mais interesse na conquista imediata do que lutar obstinadamente pelo direito adquirido nos tribunais. E para isto, sem dúvida, é necessário que tenhamos advogado de tutano e capacidade renomada diretamente ligada a uma banca jurídica em Brasília. Falta dinheiro? Nos unamos, busquemos, se necessário, apoio dos políticos que pertencem à classe. Agora, ficar nessa de esperar a generosidade do governo, isso é conversa pra boi dormir. Afinal "bananeira não dá laranja e coqueiro não dá caju..."
    Finalmente, enquanto o tempo não me mata ou vou matando o tempo, e por oportuno quero ratificar minhas palavras de respeito e admiração ao ilustre colega e lembrar aos covardes e pelegos: "Quem passou pela vida em brancas nuvens. E em plácido repouso adormeceu. Quem não sentiu o frio da desgraça. Passou pela vida e não sofreu. Foi espectro de homem. Passou pela vida e não viveu." (Vicente de Carvalho). Com fraternal abraço de seu colega José Carlos Freitas

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